A abertura política e a redemocratização do Brasil
A abertura política e o processo de redemocratização do Brasil são assuntos atuais. Só que, ao mesmo tempo, tais temas têm sido mal compreendidos na atualidade. Durante a década de 80, o Brasil passou por intensas modificações políticas, as quais foram marcadas principalmente pela transição entre o regime militar e a democracia.
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Todo esse processo foi repleto de mobilizações sociais, as quais buscavam por mudanças políticas e almejavam o progresso do país, que na época passava por um dos seus piores períodos econômicos. Em termos gerais, os historiadores consideram que a abertura política e a redemocratização do Brasil ocorreram no período de 1970 a 1989.
Tal assunto é cada vez mais atual e, com a ampla difusão de “fake news”, esses processos estão sendo mal compreendidos na atualidade.
Porque aconteceu a abertura política no Brasil?
De forma geral, o processo foi desencadeado por diversos fatores, sendo os principais:
- – Durante o período militar o país passava por uma série de crises econômicas;
- – Os índices inflacionários estavam totalmente desestabilizados;
- – A dívida externa estava cada vez mais alta e impedia que o Brasil tivesse notoriedade internacional;
- – Havia inúmeros presos políticos em cárcere e estes sofriam tortura, inclusive, muitos foram assassinados;
- – No que se refere à cultura havia muita censura;
- – Apesar de o desenvolvimento econômico aparentar estabilidade, os índices de desemprego eram exorbitantes.
Como aconteceu a abertura política e a redemocratização do Brasil?
Por conta dos grandes problemas econômicos e a intensa reprovação social, o presidente (que era um militar), Ernesto Geisel (Partido Arena), declarou que iria iniciar um processo de abertura política. Esse processo iria ocorrer de forma gradual. Geisel (leia-se “Gáizél) deu inicio a tal processo, apesar de ter ocorrido de forma ambígua.
Como consequência, o presidente enfrentou uma série de reações negativas dos militares e alguns chegaram até a serem afastados. No ano de 1974 o partido da oposição (MDB- Movimento Democrático Brasileiro) vence as eleições de senadores em grande parte do país (16 das 22 vagas), associa-se tal vitória a abertura da campanha eleitoral gratuita em rede nacional (rádio e TV) e tem-se tal fato como um marco inicial do declínio do militarismo no Brasil.
Em 1979 a presidência é assumida por João Baptista Figueiredo, que tinha posturas peculiares em relação à abertura política do país. Neste período movimentos sindicais eram mal vistos e penalizados, a inflação subiu de 77 para mais de 200%, o desemprego aumentou ainda mais e a dívida externa cresceu também cresceu.
João Baptista Figueiredo ficou no poder até 1985
Isso mesmo. Figueiredo ficou no poder até 1985 (mandato presidencial mais longo da história do país) e durante sua permanência já começavam a surgir iniciativas que propunham a democratização do país (Dante Oliveira foi autor de uma ementa pró-diretas, mas fora derrotado no Congresso).
O movimento “Diretas Já” causou grande mobilização popular e em 1985 Tancredo Neves ganha as eleições presidenciais, ele era um grande articulador da redemocratização e tinha ganho grande simpatia com a sociedade.
Tancredo morreu antes de assumir a presidência e seu vice (José Sarney) assumiu o cargo.
Sarney teve importante papel no processo de redemocratização do Brasil, pois manteve seguras as liberdades que tinham sido conquistadas e deu inicio a promulgação da Constituição Federal (1988).
O marco inicial da redemocratização do país foi a Constituição e desde então o país vive em um sistema democrático. Em 1989, Fernando Collor é eleito presidente pelo povo brasileiro, que havia deixado de votar por 21 anos consecutivos.