Os acidentes com animais peçonhentos integram a Lista de Notificação Compulsória do Ministério da Saúde desde 2010, por força da Portaria 2.472, de 31 de agosto daquele ano. Essa portaria foi ratificada pela Portaria 104, de 25 de janeiro de 2011 e, somente no ano de 2017, foram notificados 222.917 acidentes, com 278 mortes em todo o Brasil.
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São denominados animais peçonhentos aqueles que produzem ou modificam algum veneno e possuem condições naturais (dentes modificados, aguilhão, ferrão, quelíceras, cerdas urticantes, nematocistos, entre outros) para injetá-los em suas presas ou predadores.
Os principais animais peçonhentos que causam acidentes, moderados ou graves, no Brasil, são os escorpiões, algumas espécies de serpentes, os lepidópteros (mariposas e suas larvas), abelhas, formigas, vespas, besouros, lacraias, algumas espécies de peixes, águas-vivas e caravelas.
Acidentes com animais peçonhentos: as serpentes
No que se referem às serpentes, cujo quadro de envenenamento causados por suas picadas é classificado como acidente ofídico ou ofidismo, os acidentes são divididos em quatro grupos:
- botrópicos (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, comboia);
- crotálicos causados pela picada da cascavel;
- laquéticos causados pela surucucu-pico-de-jaca; e
- elapídico, pela picada da coral-verdadeira.
Em caso de acidentes com animais peçonhentos, procure atendimento médico imediatamente. Se possível e caso não for atrasar a busca por socorro médico, lave o local da picada com água e sabão, exceto nos acidentes com água-viva e caravelas; mantenha a vítima em repouso e com o membro atingido elevado.
Na unidade de saúde, informe aos profissionais as características do animal, tais como: tipo, cor, tamanho, entre outras. Caso não coloque outras pessoas em risco e não atrase o atendimento médico, aprisione e leve o animal junto com a vítima. Se a picada ocorreu em extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire todos os acessórios (anéis, pulseiras, fitas amarradas, calçados e meias).
O que nunca fazer
Ao socorrer uma vítima de acidente com animal peçonhento nunca faça ou permita que outras façam:
- torniquete (amarrar) ou garrote no membro acometido;
- furar, cortar, queimar, espremer o local da ferida;
- chupar o veneno;
- aplicar folhas, pó de café, fumo, bebida alcoólica, urina ou terra no local lesionado.
A vítima não deve ingerir bebida alcoólica, nem se automedicar. O tratamento para acidentes com animais peçonhentos é médico-hospitalar de urgência.
Acidentes com animais peçonhentos: formas de prevenção
São nos meses quentes e chuvosos que ocorrem a maior parte dos acidentes, pois animais peçonhentos gostam de ambientes quentes e úmidos. Algumas medidas simples podem contribuir para a redução de tais ocorrências. Entre elas destacam-se:
- não acumular entulhos e materiais de construção próximo às residências;
- manter limpos os jardins, quintais, paióis e celeiros;
- usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;
- afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários;
- examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;
- limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede;
- vedar frestas e buracos em paredes, pisos, forros e rodapés;
- utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
- evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas;
- limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
Além desses cuidados, deve-se evitar ainda a aproximar-se de vegetação rasteira, incluindo gramados e jardins, ao amanhecer e no entardecer, pois nesses horários as serpentes estão em maior atividade, e nunca mexer em colmeias ou vespeiros.